A PRIMEIRA SESSÃO OU OS PODEROSOS RATOS
Onde as lendas surgem do mundo cotidiano e pacato, se misturando com a realidade, e a aventura espreita em cada canto, formou-se a trupe de aventureiros o Unicórnio Saltitante. O destino, ou talvez apenas uma série de eventos casuais, os uniu na nem tão vibrante cidade de Limiar, de 5.000 habitantes, no ano de 1012 do calendário local, no extremo norte do Grão Ducado de Karameikos. Eles não sabiam, mas o caminho à frente os levaria a um pequeno vilarejo e a uma grande teia de mistérios, onde o simples não é tão simples assim, e o perigo se esconde nas sombras.
Aprecie este pequeno resumo dos eventos que se seguiram após a união deste destemido grupo de aventureiros chamado O Unicórnio Saltitante.
![]() |
| Os Brasões de Karameikos |
RESUMO DA PRIMEIRA SESSÃO: OS PODEROSOS RATOS!
No prólogo, nossos heróis aceitaram sem qualquer agência uma missão suicida de caçar um lobisomem (ou o que quer que fosse a criatura que anda sequestrando pessoas e devorando o gado, devorando pessoas e matando o gado por diversão). Mas tudo bem. Bayden Cavalo, um rancheiro local, prometera pagar 100 coroas de prata para quem trouxesse a cabeça da "besta-fera" para ele. Derrotando a criatura e resgatando o Patriarca, já seriam 600 coroas de prata, o suficiente para comprar uma poção de cura e dois kits de primeiros socorros, se as lojas de Limiar fornecerem esses produtos e se forem a um preço justo. O que nunca é uma garantia...
![]() |
| A Maldição do Lobisomem por Tim Hildebrandt |
Desbravando a área rural e depois se embrenhando no mato de um bosque a beira de uma área mais montanhosa o grupo se depara, por competência ou sorte, com umas ruínas. Eles decidem que os combatentes mais físicos - o gigante guerreiro Ketil (que na verdade é um sacerdote de Thor) e o esbelto e nobre Darian (que na verdade é um bárbaro) - vão na frente, enquanto a musicista e entusiasta Lora, o falante e proselitista Lazaro e o jovem e confuso Isolda ficavam na retaguarda. Foi assim que eles encontraram os seus primeiros inimigos: ratos.
As ratazanas selvagens do tamanho de pitbuls, com dentes afiados e forte instinto de defesa de seus ninhos, avançaram contra os personagens. Os primeiros golpes dos aventureiros logo mostraram que talvez aqueles ratos não fossem animais tão simples de serem derrotados. Eles suportaram as primeiras marretadas e cortes de espada e avançaram com fúria. O suficiente para derrubar o corajoso Ketil. Darian não conseguia se esquivar dos roedores e sentia que seria o próximo. Lazaro então conclamou pelos poderes de Ixion para que seus amigos se curassem enquanto Isolda jogava bolhas de ácido nos inimigos (e os via subir pelas paredes e se esconder nos escombros para não se queimarem) e Lora usava de insultos que tocavam a trama mágica para atingir mentalmente os moradores das ruínas.
Com muito esforço, o grupo enfim venceu seu primeiro desafio. Após se recuperarem das feridas com ataduras e alguma magia, decidiram investigar o local. Ao que parecia, apenas as próprias ratazanas passam por ali. Mas havia uma porta em meio aos escombros. Ketil de forma impulsiva logo chutou a porta, que com o mal tempo e uma madeira apodrecida, cedeu sem nenhuma dificuldade. O corredor tinha cerca de 3 metros de largura por 3 de altura, com goteiras vindas do teto formando poças no chão. O cheiro de mofo era muito forte. haveria um poderoso limo aguardando para finalizar o grupo? Ninguém se preocupou com isso e intrepidamente entraram pelo corredor, Darian e Ketil lado a lado, com uma luz conjurada no escudo de Ketil permitindo iluminar o local. Lora, com sua visão no escuro vinda de sua origem élfica, percebia o fim do corredor e uma porta ao longe. Os demais, sem essa visão, eram limitados ao que se podia perceber com a luz mágica. Talvez por isso, talvez pelo excesso de confiança ou talvez por se esquecerem de como as coisas funcionam ao se explorar uma masmorra, Ketil e Darian só perceberam que o chão era instável e cedia num buraco de poucos metros de profundidade quando caíram nele. Parte do esforço feito pouco antes para estancar ferimentos se perdeu com as novas lesões geradas pela queda.
![]() |
| Darian e Ketil caindo (gerada por IA) |
Mas não seria um chão instável e um mero buraco que impediriam que nossos aventureiros seguissem em frente.
Com mais cuidado o grupo desviou do buraco e foi até a porta. Um texto em um idioma morto lá estava, sem ser lido há séculos. O jovem Isolda, no entanto, era versado nessa língua e não teve dificuldades em entender que era um aviso de que do outro lado da porta havia um antigo local de estudo. Novamente o grupo decidiu pela técnica ancestral de chutar a porta e derrubou mais um obstáculo rumo a glória, ou a morte.
![]() |
| Arte de Keith Parkinson |
Porta caída, inimigos avistados. Seres que um dia foram vivos, mas hoje desprovidos de pele ou carne, pareciam não ter gostado da invasão de seu lar secular. Aqueles conjuntos de ossos em forma humanoide, com olhos num vermelho vivo em contraste com sua natureza morta, sacaram suas armas e foram pra cima dos intrusos. Espadas se encontraram e golpes foram desferidos. Defensivamente os heróis tiveram um pouco mais de sorte, com as feridas sofridas não sendo tão profundas quanto as causadas pelos ratos no primeiro confronto, mas ao mesmo tempo seus golpes também pareciam menos eficientes, mesmo com o martelo de Ketil parecendo ser uma arma perfeita para esmagar aqueles seres de ossos. Darian parecia ter mais dificuldade em estraçalhar as ossadas andantes com sua espada longa. Em um combate mais longo do que talvez fosse esperado, e com o grupo sofrendo mais do que gostariam, mas menos do que seria fatal, a vitória foi conquistada. Na sala, mesas de madeira apodrecidas e estantes de livros que o mofo e o tempo destruiram, restava uma porta fechada no lado oposto ao que os heróis entraram. Enquanto Isolda e Lora examinavam a sala para terem certeza de que nada havia, incluindo a porta, Isolda ouviu sons que pareciam de alguém retirando coisas do lugar e as desintegrando(?). O grupo temeu que algo terrível estivesse acontecendo. Estariam destruindo o que, afinal? Conhecimento? Tesouros? Vidas?
Ketil analisou a porta com seu olhar de carpinteiro e decidiu que talvez com um chute muito bem dado ele talvez pudesse derrubá-la. Chutou, mas a porta permaneceu intacta, apenas fazendo com que quem quer que estivesse do outro lado se apressasse mais. Isolda contabilizou três movimentos diferentes. Enquanto Ketil calculava quanto tempo levaria para tentar abrir a porta com suas ferramentas de carpintaria, Darian suspirou fundo e olhou de forma desafiadora para a porta, se concentrando em sua fúria avassaladora.
Seria o Unicórnio Saltitante impedido de avançar pela implacável porta reforçada?
Fique conosco e acompanhe essa emocionante saga do Unicórnio Saltitante nas Crônicas de Mystara. É isso. Até o próximo post, pessoal!






Comentários
Postar um comentário