A SÉTIMA SESSÃO OU A TUMBA DE ALAXUS
Onde as lendas surgem do mundo cotidiano e pacato, se misturando com a realidade, e a aventura espreita em cada canto, formou-se a trupe de aventureiros o Unicórnio Saltitante. O destino, ou talvez apenas uma série de eventos casuais, os uniu na nem tão vibrante cidade de Limiar, de 5.000 habitantes, no ano de 1012 do calendário local, no extremo norte do Grão Ducado de Karameikos. Eles não sabiam, mas o caminho à frente os levaria a um pequeno vilarejo e a uma grande teia de mistérios, onde o simples não é tão simples assim, e o perigo se esconde nas sombras.
Aprecie este pequeno resumo dos eventos que se seguiram após a união deste destemido grupo de aventureiros chamado O Unicórnio Saltitante.
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| Isolda, o mago |
RESUMO DA SÉTIMA SESSÃO: A TUMBA DE ALAXUS
Libertos e vitoriosos após a queda parcial do Anel de Ferro, os heróis do Unicórnio Saltitante retornaram à Efúgio com o tesouro recuperado e a Barda Lora de volta ao grupo. O Mago Isolda ainda trazia o peso de um estranho sonho, mas o prazo para a ressurreição de Mira era de apenas dois ou três dias. O tempo era escasso e o grupo tinha, agora, o fardo das escolhas.
O Sonho de Isolda Sob o Ponto de Vista do Mago, Como se uma Voz do Além Falasse com Ele
"Sua mente, Isolda, está livre. Seu corpo jaz inerte, desarmado e humilhado na solitária cela do Anel de Ferro. O sono forçado pela derrota é profundo, mas nele não há descanso, apenas uma urgência gélida.
Você se vê em um lugar que não reconhece imediatamente, mas parece algum bosque. As árvores se parecem com as que viu próximos das ruínas, mas não é ali. Não é definitivamente o local que você se lembra. O céu acima é de um púrpura doentio, e você avista uma fonte envolta em uma névoa escura e espessa, que parece sugar toda a vida em seu entorno. As árvores parecem entre a morte e a transformação em algo... maligno. Você vê pilares de um antigo círculo druídico cobertos de uma gosma negra, e a estátua de uma figura feminina parece chorar lágrimas... lágrimas de fuligem.
Então, você o vê. O Unicórnio de pelagem branca leitosa, o símbolo que você desenhou para o grupo. Ele não é mais um ser de luz radiante; está à beira da morte. Seu pelo é manchado por veias escuras, e seu chifre, rachado, exala um vapor pútrido. Ele mal consegue se manter de pé ao lado da fonte.
A criatura fita você. Não há som, mas a dor e o desespero são comunicados diretamente à sua alma. Num último e doloroso esforço, o Unicórnio se vira e lambe o chão da floresta. Ao tocar o solo, sua saliva se transforma em um espelho prateado. Neste espelho, você vê o céu verdadeiro, e nele brilha intensamente a constelação das Estrelas Reais. Segundo os astrólogos alphatianos, uma constelação que representa calamidades. Seria o tempo presente? Ou o futuro? Pela posição no céu espelhado, sem sombra de dúvidas, elas apontam para o Norte... Quase certamente na direção do Bosque das Serpes.
O espelho se desfaz. O Unicórnio, em seguida, desfalece, e sua forma luminosa se dissolve em uma sombra pútrida. Olhos vermelhos tomam lugar dos olhos cálidos e pacíficos do unicórnio. E então surge o fogo, como se uma fogueira tudo queimasse!
Você acorda na escuridão e no cheiro de mofo da prisão, com a imagem daquele céu de prata refletido e uma urgência no peito."
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| O Sonho de Isolda |
O Conselho na Igreja e a Escolha da Missão
O primeiro destino da trupe foi a Igreja da Santa Guarda, onde o Patriarca Irmand Toren, recém-liberto do cativeiro, os aguardava. O Patriarca agradeceu efusivamente ao grupo e garantiu que poderia realizar o ritual que traria Mira de volta à vida, e que ele se sentia em dívida com o grupo. No entanto, ele avisou: "só possuo um diamante capaz de realizar esse ritual. Caso ocorra qualquer outra morta, nada poderei fazer." Com o diamante para o ritual assegurado, o Patriarca confirmou o prazo para os preparativos do ritual: a ressurreição de Mira seria realizada em dois ou três dias. Estejam aqui - disse ele. O Patriarca também concordou em manter o pai de Gavina Saro sob os cuidados da igreja e vivo, liberando o grupo para o novo chamado.
A urgência, porém, apresentava-se em dupla face: de um lado, a inquietante e pessoal ameaça do Norte, o Bosque das Serpes, corroído por uma escuridão mágica que ressoava com o sonho de Isolda. De outro, a ameaça mais imediata e tangível dos Kobolds atacando as fazendas a leste do Vale..
Após um breve e intenso debate, a praticidade e a responsabilidade social falaram mais alto. A segurança do Vale era prioritária. A jornada para o corrompido Bosque das Serpes seria adiada, pois levaria cerca de 3 dias para chegar ao local, e ainda haveria a volta, e sabe-se lá quanto tempo de investigação... Investigar os kobolds era a forma do grupo retornar a tempo do ritual.
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| A Igreja de Santa Guarda |
A Trilha do Leste e a Revelação Oculta
O Unicórnio Saltitante partiu para o Leste, seguindo a trilha em direção às fazendas. Lá, encontraram o fazendeiro Marques, que confirmou os ataques noturnos e aterrorizantes. Ele guiou os aventureiros até uma vala próxima às montanhas, onde os rastros das criaturas eram evidentes.
A experiência do Bárbaro Darian e a sagacidade de Isolda concentraram a investigação no local, levando a uma descoberta inesperada: uma porta oculta, disfarçada com mestria entre as rochas, que se abria para as entranhas da montanha. Não era apenas um covil de kobolds, mas uma entrada para um lugar mais antigo e misterioso.
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| As montanhas a leste de Efúgio |
O Primeiro Guardião e a Tumba do Mago Minotauro
A escuridão do interior da montanha foi enfrentada com a cautela do Clérigo Ketil. A luz iluminou o caminho entre paredes de pedra umedecidas pelas infiltrações vindas do teto. Um longo corredor levou a uma nova porta que, após aberta apresentou uma sala escura com uma grande estátua no centro e afrescos nas paredes. A arte nas paredes não contava histórias de kobolds, mas sim de um ser poderoso: Alaxus, o Mago Minotauro. Aquele local era mais do que um túnel; era uma cripta, a tumba de um Mago de poder lendário, um antigo senhor do Vale. Estariam ligados os ataques atuais às fazendas a um passado esquecido de Karameikos?
A sala, octagonal, possuia quatro portas: a de onde o grupo veio, uma diametralmente oposta que levava a um corredor soterrado, uma terceira porta que levava ao norte e uma quarta que levava ao sul.
Atravessando o corredor norte, os heróis avançaram pela tumba e após abrirem uma porta, encontraram uma sala sem saída com tumbas cheias de ossos de diversos tipos de humanoides, uma placa escrita "Ossuário", e um ser enorme de ossos humanoides de mais de três metros e uma cabeça de touro: Um esqueleto minotauro...
| O Esqueleto Minotauro |
O morto-vivo atacou os intrusos que rapidamente se colocaram em posição defensiva e com golpes rápidos derrotaram aquele bando de ossos. Olharam rapidamente a sala e não encontraram nenhuma pista nem nada de valor. Era o momento de ver o que haveria no corredor sul...
Da mesma forma que no corredor norte, o grupo caminhou pelo corredor e abriu a porta. Nada havia ali para eles além de outro Ossuário. Ou talvez houvesse... Um breve reflexo da luz carregada pelo grupo permitiu que vissem um ser translúcido e mortal: um Cubo Gelatinoso, que se movia lentamente pela câmara. O combate foi inevitável e a criatura, embora resistente, foi vencida, sem que conseguisse engolfar ninguém. Ao ser derrotado, o cubo espalhou pelo chão muitas moedas de prata e uma adaga com um rubi. Um tesouro encontrado de forma bizarra e gosmenta.
| O Cubo Gelatinoso |
O Fim da Linha: Blovis e os Kobolds
Não havia mais nada a se explorar. Acabara a tumba? Pouco provável. Ao procurar por algo no Ossário do Cubo, o grupo encontrou uma passagem estreita e escura que se aprofundava na montanha. Isolda invocou Blovis, seu morcego familiar, e o enviou para explorar a escuridão adiante.
A visão de Blovis revelou a próxima câmara: um local infestado de cogumelos exóticos, iluminado por uma luz fraca, e, mais importante, ocupado por dois Kobolds e outra criatura que aguardava em cima de uma pilha de destroços. O perigo estava ali, tangível e imediato.
Os heróis estavam reunidos diante da passagem estreita, imaginando que o combate era iminente. O medo da corrupção mágica no Bosque havia sido trocado pela ameaça dos Kobolds na Tumba, mas o destino do Vale das Nuvens parecia convergir para as profundezas daquele local ancestral.
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| Os kobolds Meepo e Skrik e o dragão branco Calcryx! |






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